12/03/2016

Documentário massa no Netflix sobre os mineradores no Chile

Hola, chicos y chicas!

Eu compartilharia esse documentário no Facebook. No entanto, como estou sem ele, compartilho com vocês. Algumas pessoas compartilho pela afinidade que teriam com o determinado tema que estou tratando, outras pelo fato de que gostariam das reflexões, outras pela proximidade/semelhança de pensamentos. Mas, caso não goste ou não queira mais receber, é só avisar. Sem problemas!

- Ah, Rafael, e por que essa necessidade de compartilhar? Respondo: por que não compartilhar? O que eu acho massa/foda/interessante/do caralho!, eu compartilho. Outras pessoas também podem achar massa/foda/interessante/do caralho!, mas simplesmente não tiveram a oportunidade que eu tive de TER A OPORTUNIDADE de ver/ler/ouvir/pensar determinada coisa. Informações massa/foda/interessante/do caralho! precisam ser compartilhadas. "Alegria compartilhada é alegria redobrada!"

Outro motivo pelo qual compartilho (esse é pessoal, "egoísta", "individualista"...) é pelo fato de que quando eu escrevo ou falo sobre um determinado assunto isso se torna mais concreto nas minhas ideias. E também é uma oportunidade de, escrevendo, organizar e amadurecer o que aprendi em relação a qualquer coisa. É aquele clichê: quando você escuta ou vê, você aprende; mas quando você ensina ou conta aquilo que viu, o aprendizado se torna mais forte, mais maduro, mais concreto!

Bem, deixemos de conversa fiada. Olha só, o Netflix tem um documentário muito massa (ou foda/interessante/do caralho!) sobre aquele caso dos mineradores no Chile, cujo título é "Enterrado vivos: mineiros no Chile". Existe também o filme "Os 33". Tem tudo lá no Netflix. Recomendo ambos! O filme é mais bem trabalhado, com um drama muito mais envolvente. Mas o documentário, sem dúvidas, e como já esperado, é mais crítico, mais realista, mais interessante.

A mineração no Chile é o "motor-econômico" do país, com destaque para o cobre, responsável por uma boa parcela no PIB e nas exportações. Por isso que é até bem comum ver nas ruas lembrancinhas turísticas de cobre, como abridores de garrafa, ímã de geladeira, chaveiros, acendedor de cigarro, essa coisas.

E aí, correlacionando a mineração com a história política do Chile, exatamente pelo fato de a mineração ser o carro-chefe da economia do Chile é que o presidente Salvador Allende se lascou e o golpe militar de Pinochet (junto com os EUA) assumiu. Allende nacionalizou as mineradoras no Chile em seu governo, para que as riquezas produzidas por ela (produzidas dentro do Chile), fossem distribuídas no Chile para o Chile. Antes de Allende muitas mineradoras eram geridas/manipuladas por empresas norte-americanas, e o fato de ele dizer "dá licença que isso aqui é nosso" para os EUA, magoou os colegas americanos, que vivem o lema "américa para os americanos" (​leia-se:​ ​americanos = norte-americanos), ou seja,​ ​​a ideia era:​ ​"a gente fode todo mundo e se dá bem; tudo tranquilo e favorável". O que Allende quis dizer foi: "América para os americanos uma porra. Isso aqui é nosso. O dinheiro que for gerado através daqui tem que ser utilizado aqui, e não levado para outro país enquanto a gente aqui se lasca". E aí, como os EUA não sabe​​ brincar, lascaram o Chile, fecha​ndo​​ ​as relações econômicas, políticas, comerciais e arquitetaram o golpe de Estado. Só para entender melhor: apesar de não querer os EUA assumindo controle das mineradoras, muitas das tecnologias de ponta utilizadas na mineração eram norte-americanas. E os EUA começou a negar a oferta dessas tecnologias envolvidas no minério para o Chile, fazendo com que a mineração ficasse impossibilitada de prosseguir. Resumindo, EUA lascou a economia do Chile, uma vez que a mineração representa importante contribuição no PIB do país. Existem outros pontos também nesse contexto do governo de Allende, mas não cabe aqui. Vamos nos limitar a falar ao que tange​ ​​à​ mineração.​​

Retomando, a mineradora onde os chilenos ficaram presos fica no Atacama. Pesquisem sobre o Atacama, talvez lá seja o lugar mais bonito do mundo. Aliás, talvez lá seja o lugar mais bonito de qualquer outro mundo que exista.

No entanto, apesar de um lindo lugar, a mineradora não era tão linda assim. Existiam muitas irregularidades, que inclusive são relatadas no documentário e no filme, como por exemplo, uma saída de emergência SEM SAÍDA. Não existia. Como pode? Era uma saída que na metade do caminho não dava em nada, não foi concluída. Por que não foi? Por que seria mais gastos para a empresa. Então era melhor "deixar pra lá". Acho que pensaram assim. Ou então, os donos: "foda-se! se essa porra cair (desabar) eu não vou estar lá mesmo... então, problema de quem estiver lá. A probabilidade de morrer de imediato é mais alta do que ficar vivo e procurar la ruta de evacuación".

A mineração é realmente um trabalho perigoso e esse não foi o primeiro acidente, principalmente quando se trata de mineradoras pequenas, mais susceptíveis aos "arrumadinhos", negligenciando as questões de segurança do trabalho. E por que negligenciam? Por que isso gasta dinheiro! Gasta tempo! E tempo e dinheiro são duas coisas que, definitivamente, o dono da mina não quer perder, mesmo que para isso algumas vidas precisem ser perdidas. Mas, de forma bem opressora e para calar a boca dos funcionários, essa mina pagava salários mais altos ao trabalhadores, JUSTAMENTE para que o dinheiro falasse mais alto do que o perigo de se trabalhar nela. E, para quem precisava, tinha filho para alimentar e todas as outras necessidades humanas básicas, sujeitava-se ao risco em troca de uma garantia de trabalho ou de melhoria de salário. Olha quanta coisa dá pra'gente discutir/refletir em cima de uma "besteira".

Outro ponto interessante é a participação do Gobierno de Chile na busca e salvamento dos mineiros soterrados. Muito dinheiro e tecnologia foi investido nisso. A gente vê no documentário e no filme que o governo foi bem incisivo no resgate dos 33 mineiros. Mas aí vem a pergunta: o ministério de minas não deveria fiscalizar essas mineradoras que trabalham de forma errada? Isso seria investir em prevenção. Esse é o primeiro ponto! Será que o governo atuou tão fortemente nesse resgate pelo "peso na consciência", pelo fato de ter ocorrido por negligência sua e, por isso, estar com "o seu na reta"? Ou será que foi pela pressão social que os familiares fizeram na mídia? Não sei. Apesar de tudo isso, o Chile é um país bem nacionalista. Então, pode ser que o governo/presidente/ministério de minas realmente tenha abraçado a causa e tornado aquilo como prioridade. Mas, sei lá.

Pois bem, o documentário é massa e bem curtinho (47 minutos). Recomendo!
Reflitam e compartilhem comigo também as coisas que vocês observarem.

Forte abraço!

Rafael Urquisa.

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