PARANDO PRA PENSAR sobre a intolerância tecnológica
Hoje no Jornal do Commercio saiu uma matéria sobre a discussão de taxista e motorista da Uber, apenas para reafirmar a intolerância a qual vivemos nos tempos hodiernos. Se o cara é índio e dorme na rua, a gente toca fogo. Se o cara é negro, a gente espanca. Se eu desejei e não me quis, a gente estupra e mata. Se bateu atrás do nosso carro, a gente desce com a arma já carregada e atira antes de ouvir as desculpas. Se olhou pro(a) nosso(a) companheiro(a), a gente espanca também. Se a velhinha tá na frente atrapalhando a passagem, a gente empurra e passa pra não se atrasar. Não tem problema nenhum. É normal... Opa! É normal...Olha aí! Incomode-se com a normalidade!
A intolerância hoje em dia não está presente apenas nas relações interpessoais, mas também na aceitação de novas formas de pensar e de fazer algo. É o que acontece com a Uber, uma inovadora forma de pensar e fazer o transporte de pessoas. A Uber iniciou suas atividades aqui em Recife no início desse mês e já se consegue baixar o aplicativo pelo AppStore e GooglePlay. As corridas ficam em torno de 30% mais baratas que as de taxi, por isso a revolta dos taxistas.
É de se entender o desespero de um(a) taxista, pai/mãe de família, com suas necessidades humanas básicas a enfrentar. No entanto, nada justifica o comportamento violento/intolerante diante de uma inovação. É preciso ter em mente que isso é inevitável. Muito em breve os carros não terão motoristas, a gente vai colocar o endereço no celular e vai chegar um carro conduzido por GPS acoplado ao volante e vai nos levar para onde quisermos, e com mais segurança, uma vez que ele respeitará as leis do trânsito roboticamente, do contrário, pelo fato de estar ligado 24h online com o DENATRAN, receberá a multa também online. Esse é o futuro.
E aí, nesse tempo, os motoristas da Uber quebrarão esses carros? E vai ser sempre assim? Então a gente não pode inovar? Não há permissão ético-moral para inovação? Os taxistas solicitam que o Estado tome uma providência. Então o Estado passará a suprimir o avanço tecnológico? Mas que porra é essa?!
Precisamos pensar que as coisas vão surgindo para o bem geral da população. É unir o útil ao agradável: o motorista da Uber lucra satisfatoriamente e nós, consumidores, pagamos por um serviço melhor e ao mesmo tempo mais barato. Isso tá errado? O que os taxistas precisam fazer é, de fato, cobrar alguma regulamentação por parte do Estado, para que realmente não vire zona. Isso é importante até para a segurança desses consumidores. No entanto, pedir para vetar uma coisa boa para todos aí é muita "semnoçãonidade". E, além de cobrar, procurar meios de se diferenciar. A pergunta deveria ser "como poderemos ser diferentes e/ou melhores?" e não "como poderemos acabar com eles?". A primeira pergunta é mais saudável e gera SEMPRE MAIS EVOLUÇÃO. Essa é a ideia.
A tecnologia vem para ajudar. Imaginem uma empresa que descobre como transformar a água do esgoto como adequada para o consumo humano. Sendo assim, todas as empresas de águas minerais vão processá-la porque isso é desleal com as empresas de venda e produção de água mineral? Peraí, né. Desse jeito é caminhar pra trás. Se for assim, daqui a pouco a gente tá acendendo o fogão batendo uma pedra na outra.
Alguém já testou os serviços da Uber? Tô curioso. Mas que tenhamos cuidado ao utilizar!
E, ao mesmo tempo, tenhamos a paciência para entender a desaprovação de um taxista.
Abraço!
Rafael Urquisa
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