20/03/2016

Você anda criando oportunidades?

 

PARANDO PRA PENSAR sobre oportunidades

Certa manhã a campanhia tocou. Fui atender e à frente do portão estava um senhor de boné, bermuda jeans, calçado de galocha (com meias) ao lado de uma carroça feita com uma geladeira velha a qual a porta foi arrancada, com um eixo passando por baixo e um par de rodas de carro com pneus carecas, presa a um cavalo manso, magrinho e cor de burro quando foge. Ele olhou pra mim e, em seguida, pro jardim em frente de casa, meio que me "obrigando" a concordar com ele que a grama estava gigante, que o jardim estava horroroso, mal cuidado e sugeriu: "- Quer que ajeite? Eu ajeito... Vai ficar, oh, lindo!". Eu lhe respondi: "- Não, não precisa. Obrigado!". Ele aceitou a negativa, seguiu e eu fechei o portão.

Comentei sobre o que aconteceu com minha mãe, já pensando que talvez fosse uma boa ideia. E rapidamente concordamos que, de fato, o jardim estava  parecendo a floresta amazônica e que precisava de um cuidado. Volto para frente de casa e avisto o senhor já um pouco distante e vou atrás dele. Pergunto por quanto ele faria o trabalho e ele me responde, entusiasmado com a OPORTUNIDADE. E eu: "- Beleza. Então, vamos lá. Quero ver se vai ficar bonito mesmo, hein?!", pergunto meio que cobrando carinho pelo trabalho.

E ai, parando pra pensar, surgiu a sacada: a oportunidade é você quem cria, é você quem toca na campanhia e chama a oportunidade. PRA TUDO, não apenas no contexto profissional. Se aquele senhor ou qualquer outra pessoa não tivesse tocado a campanhia e tivesse "vendido o seu peixe", fazendo acreditar que seria uma boa ideia ter alguém que cuidasse do jardim naquele momento, além de mim e dos meus pais, ou em épocas que não tivéssemos tanto tempo ou disposição para tal, jamais a oportunidade haveria se concretizado.

Pois bem, o rapaz podou tudo, colocou fertilizante, foi extremamente simpático e educado. E, diante disso, pensamos que também seria bom ajeitarmos uma parte das plantas que ficam do lado de dentro de casa. Uma OPORTUNIDADE gerando outra OPORTUNIDADE.

MORAL DA HISTÓRIA: as oportunidades que você cria te dão a possibilidade para que apareçam outras oportunidades, a depender do QUE e COMO você fez com a primeira oportunidade que te foi oferecida.

E como você faz é todo o segredo. Ele poderia ter feito de qualquer jeito. Mas tenho certeza que ele fez o melhor. É o que o Mário Sérgio Cortella diz no seu livro "Qual é a tua obra?" em relação ao "melhor" e ao "possível". Tipo: você leva seu carro com problema na oficina e o mecânico pode te dar duas respostas: "vou fazer o possível, ok?" ou "vou fazer o meu melhor, ok?". Qual dos dois você prefere? Se fosse pra fazer o possível, eu mesmo faria. Se deleguei para alguém que se propõe a fazer isso é porque eu espero, no mínimo, que se faça o melhor.

E esse melhor não quer dizer que o cara tem que ser o melhor de todos os tempos ou melhor que qualquer outra pessoa. Refiro-me AO MELHOR DELE, O MELHOR QUE ELE PODE SER dentro de um determinado contexto, com os recursos disponíveis. É isso que to falando: fazer o seu melhor com o que há disponível, dentro das possibilidades do aqui e do agora.

E assim, ao final de tudo, pagamos SATISFEITOS, retribuímos a educação e o respeito, elogiamos o serviço (valorização! reforçar positivamente! isso é importante! isso motiva!), pegamos o contato do cara e já deixamos meio que "virtualmente pactuado" uma próxima oportunidade.

E aí, anda criando oportunidades, anda "tocando nas campanhias", anda fazendo o seu melhor? Se não, é bom parar pra pensar...

Forte abraço!

Rafael Urquisa

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